sábado, 18 de maio de 2013

ação high-tec

HOMEM DE FERRO 3
Terceiro filme da franquia prossegue com a saga do herói em meio a erros e acertos


    O personagem de maior destaque da Marvel nos últimos tempos retorna aos cinemas mais uma vez, de maneira triunfante. Após o grande sucesso dos filmes de 2008 e de 2010, o herói metálico retorna em sua terceira aventura e também o primeiro filme da Marvel pós-Vingadores e atualmente domina as bilheterias tendo atingido nesta semana a marca de 1 bilhão de dólares em bilheterias, e isto em apenas 22 dias de exibição desde sua estréia, o que o coloca na décima sexta posição dos filmes que mais venderam ingressos em todos os tempos. 
  Embora o sucesso seja absoluto e até certo ponto inquestionável, o mesmo não se pode dizer do filme, ao menos em termos de roteiro, o qual apresenta estranhas falhas para uma saga até bem sucedida, diga-se de passagem. Dirigido por Shane Black e roteirizado pelo mesmo em parceria com Drew Pearce, o terceiro episódio traz um Tony Stark mais uma vez bastante ocupado e extremamente dedicado ao desenvolvimento de suas armaduras. Após os eventos vistos em Os Vingadores (2012), Stark parece cada vez mais preocupado em aperfeiçoar seus artefatos tecnológicos. Afinal depois de enfrentar uma invasão alienígena sendo acompanhado por um deus nórdico, um soldado da Segunda Guerra e um enorme monstro verde, sua visão da realidade e até seu estado psicológico mudam completamente, de modo que ele se sente impelido a buscar cada vez mais, a melhor tecnologia possível para o que quer que ocorra daí para frente. E a partir do próximo parágrafo, o texto trará spoillers.


  Apesar da interessante premissa, os equívocos do roteiro não demoram a aparecer, como pode ser notado  durante o ataque à mansão de Stark, ordenado pelo terrorista Mandarim (Ben Kingsley), o suposto vilão da trama. Afinal, se Stark havia desenvolvido um poderoso sistema de piloto automático para toda a sua coleção de armaduras, obviamente ele poderia ter utilizado algumas por meio deste recurso, para então confrontar os invasores com mais eficácia, embora o ataque tenha sido muito repentino e Stark quase não teve de pensar em alguma estratégia. Mas o que dizer de sua incompetência em revelar ao mundo seu endereço residencial diante de uma coletiva de imprensa? Também não ajuda muito a insistência do roteiro em manter vivo o guarda costas Happy (John Favreau) após uma terrível explosão que matou várias pessoas. 


  As crises emocionais de Stark também não ajudam muito, já que estas são mal desenvolvidas pelo roteiro e até mesmo pela atuação de Robert Downey Jr. Afinal, como levar a sério crises que duram cerca de 1 minuto e resolvem-se rapidamente devido a algumas palavras de incentivo de algum amigo? Ou seja, num instante Stark está decaindo emocionalmente e de repente, como num passe de mágica, ele já está todo animado e pronto para enfrentar uma batalha!!!!

  Entre os pontos positivos da aventura, um grande destaque sem dúvida é o desfile de armaduras no terceiro ato do filme, todas comandadas pelo piloto automático criado por Stark, ótimo sinal de sua genialidade. E se a ação e a tecnologia são os pontos fortes da aventura, o mesmo não se pode dizer do Patriota de Ferro, personagem desperdiçado e que parecendo que foi inserido na trama apenas para mostrar o novo design da armadura de James Rhodes, que no filme anterior tinha o codinome Máquina de Combate. E não deixa de ser estranho que os vilões não tenham matado o coronel Rhodes após capturá-lo, pois eles só precisavam da armadura e o militar não tinha serventia alguma para eles. 










  Os super-vilões são até certo ponto interessantes, por terem uma força descomunal e um poder de regeneração que os torna quase imortais. O roteiro baseia-se no arco da saga "Extremis" dos quadrinhos, escrita por Warren Ellis e publicada entre 2005 e 2006 - na trama a nanotecnologia Extremis, criada pelo cientista Aldrich Killian (Guy Pearce no filme), vai parar nas mãos do terrorista Mandarim, que ameaça criar um exército de soldados modificados geneticamente. 



  Peper Pots, a secretária e namorada de Tony Stark também se destaca ganhando importância maior na trama, o que favorece bastante a atriz Gwyneth Paltrow que nos filmes anteriores tinha uma participação muito limitada. E a ótima cena em que ela segura o capacete danificado do Homem de ferro é um dos mínimos momentos dramáticos do longa. Recentemente, o roteirista Drew Pearce revelou à imprensa que  para escrever tal cena inspirou-se numa foto comovente do velório do piloto brasileiro Airton Senna, em que a irmã Viviane Senna segura o capacete do irmão.
  O herói metálico, criado por Stan Lee em 1963, plena época de Guerra Fria, completou 50 anos em março de 2013 e sua terceira aventura obviamente é um grande presente para os fãs, o que não deixa de ser uma grata surpresa, especialmente num momento em que os estúdios de Hollywod tem seu maior lucro em filmes de super-heróis. Em meio a erros e acertos o Homem de Ferro firma-se como herói do momento. É difícil prever se um quarto filme será benéfico para o personagem após tantos tropeços narrativos desta terceira aventura. E mesmo que a retirada do reator peitoral tenha alguma explicação convincente em alguma versão extendida em Dvd ou Blu-Ray, fica difícil de acreditar num herói que a princípio perdeu seu ponto fraco. Afinal, todos tem um. 

Trailer


Iron Man 3 
EUA , 2013 - 130 min.
Ação / Ficção científica
Direção:
Shane Black
Roteiro
Shane Black, Drew Pearce
Elenco
Robert Downey Jr., Guy Pearce, Ben Kingsley, Gwyneth Paltrow, Rebecca Hall, Paul Bettany, Don Cheadle, Jon Favreau, William Sadler, James Badge Dale, Stan Lee

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