quarta-feira, 27 de abril de 2016

nostalgia policial

OPERAÇÃO FRANÇA

Há  45 anos estreava nas telas um clássico do

 cinema policial 


   Em 1971 uma obra de gênero marcou a história do cinema inovando a linguagem do típico filme policial, Operação França (The French Connection) estrelado por Gene Hackman e co-estrelado por Roy Scheider conquistava público e crítica com a adaptação de uma história verídica sob o comando de Willian Friedkin. Operação França narra o caso da maior apreensão de heroína ocorrida nos Estados Unidos até então, na cidade de Nova Iorque numa operação que dá título ao filme e conforme é mostrada na narrativa foi realizada pelos investigadores Jimmy "Popeye" Doyle e Buddy "Cloudy" Russo, respectivamente interpretados por Hackman e Scheider.
  O roteiro escrito por Ernest Tidyman baseado no livro escrito por Robin Moore apresenta logo no início da narrativa a dupla de policiais resolvendo um caso em algum canto violento de Nova Iorque com Cloudy e  Popeye disfarçado com uma roupa de papai noel (já que o mês é dezembro) perseguem um criminoso numa corrida a pé desenfreada até o alcançarem em um terreno baldio e o espancam duramente para depois interrogá-lo em um beco - uma demonstração de força um tanto exagerada, mas expressam a idéia do quanto a dupla de policiais é implacável não dando trégua para nenhum bandido como pode ser visto ao longo do filme.



   Hackman e Scheider demonstraram uma química perfeita em seus personagens e dada à época da produção do filme, pode-se notar que serviu de modelo para as diversas produções do gênero policial até os dias de hoje em que se vê uma dupla de policiais que se completam em seus atributos. Neste caso nota-se claramente que Popeye é o casca grossa que dá porrada nos bandidos enquanto que Cloudy é mais ponderado e investigativo.
  Willian Friedkin explora o submundo das drogas em Nova Iorque de uma maneira nunca vista antes de modo que os verdadeiros policiais Doyle e Cloudy levaram a equipe de produção do filme para conhecer uma espécie de centro de consumo de drogas, onde usuários frequentam e todos ficaram chocados ao verem pessoas com seringas penduradas nos braços e o mais espantoso foi saber que tal local é em plena área central da cidade de Nova Iorque, algo que sem dúvida reforçou bem mais a motivação dos personagens na investigação do tráfico.


  Conta-se que Gene Hackman não gostava de seu personagem já que este é muito grosseiro e racista além do que o ator não simpatizou com o Popeye da vida real e também teve alguns desentendimentos com o diretor, mas felizmente Hackman aceitou e permaneceu no filme, o que enriqueceu muito a obra de Friedkin com seu talento e presença marcante, e é até difícil imaginar outro ator no papel e que combinasse tão bem com o parceiro Cloudy, vivido por Roy Scheider.

  A dupla de policiais investiga dois figurões franceses que estão hospedados na cidade e tem comportamento um tanto suspeito, o que leva Popeye a desconfiar de um forte esquema de transação de drogas que ocorre em pleno centro nova iorquino - daí o título da investigação que dá nome ao filme: operação França. A intrigante investigação rende ótimos momentos de suspense como na cena extremamente tensa em que Popeye persegue o suspeito francês no metro e é surpreendido pela inesperada esperteza do mesmo.
   Mas o grande e esperado momento do filme é sem dúvida a longa perseguição que Popeye faz a outro francês que toma de sequestro um trem cujos trilhos ficam suspensos acima das ruas da cidade e o policial dirigindo um carro a mais de 100 km/h no conturbado trânsito persegue o trem numa corrida louca e desenfreada como nunca se viu até então - e aqui Friedkin mostra seu inigualável talento para filmar perseguições, algo que o tornou muito famoso, pois ele pretendia fazer a melhor cena de perseguição da história do cinema, algo que até então o público só vira no filme Bullit (1968), sucesso de Steve McQueen. Para tal feito o diretor pegou um carro com um motorista no banco da frente e um câmera no banco de trás para filmar tudo a cerca de 140 km/h.


Friedkin recebendo o Oscar
    The French Connection ganhou nada menos que 5 premiações no Oscar de 1972 sendo que foram 8 indicações e ainda levou o premio de melhor filme. Willian Friedkin foi o diretor mais jovem a ganhar um oscar na história do cinema, pois na época tinha apenas 36 anos de idade. Dois anos mais tarde o diretor tornara-se bem mais famoso por comandar o estrondo sucesso O Exorcista (1973), o filme de horror mais polêmico de todos os tempos. Porém, infelizmente Friedkin não se tornou um dos diretores mais requisitados de Hollywood apesar de seu insuspeitável talento, de modo que não conseguiu repetir a fórmula de sucesso que o consagrou na década de 70. Entretanto, de um modo geral grandes diretores sempre são lembrados por poucos filmes e... felizmente Friedkin é um deles.  (R.A.)



TRAILER



Operação França (The French Connection, 1971)

Roteiro: Ernest Tidyman

Direção: Willian Friedkin

Elenco: Gene Hackman, Roy Scheider, Fernando Rey, Tony Lobianco, Marcel Bozzuffi


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