domingo, 31 de julho de 2016

ação selvagem

A LENDA DE TARZAN

O "homem macaco" ganha um reboot nas telas do cinema

 à altura de seu legado 


  Um dos maiores personagens literários e herói cinematográfico finalmente retorna às telas do cinema em uma de sua melhores adaptações em décadas. O personagem criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs já estrelou aproximadamente cerca de 200 filmes nas telas do cinema ao longo do século XX, além de uma série de Tv na década de 1960, uma série animada na década de 80 e uma produção da Disney em 1999, provavelmente Tarzan é o personagem que mais ganhou adaptações na história do cinema.
  Comandado por David Yates, mesmo diretor dos últimos quatros da franquia Harry Potter e roteirizado por Adam Cozad e Craig Brewer, A Lenda de Tarzan (The legend of Tarzan) é possívelmente o filme que melhor explora a origem do personagem, tanto quanto Greystoke: a lenda de Tarzan (1984), embora The Legend of Tarzan conte a origem de modo fragmentado, algo que funciona muito bem já que flashbacks inesperados dão mais ritmo à narrativa e a torna mais envolvente.
A primeira estória publicada intitulada
Tarzan, o rei da selva, data de 1912
  O ator Alexander Skarsgard encarna o filho das selvas com muita eficácia e naturalidade e embora apresente um físico um tanto definido, já que o ator malhou muito para o papel, sua musculatura não chega a parecer artificial, e o público pode subentender que seu físico foi desenvolvido por ele ter sido criado na selva em meio a uma família de gorilas adquirindo os hábitos dos animais. A interpretação de Skarsgard não é apenas correta, mas também notável ao compor um Tarzan que aparenta um olhar meio triste ou cansado e uma postura levemente curvada ressaltando sua origem primitiva.

  Notável também é a cultura formal do personagem que na Inglaterra assume seu nome de batismo, John Clayton, filho de aristocratas e por direito lorde de Greystoke. Em outras palavras, Tarzan é a perfeita personificação da teoria do "bom selvagem", do filósofo Rosseau.  Além do astro principal, a produção traz um elenco de primeira linha com Samuel L. Jackson como George Washington Williams, Christoph Waltz como Leom Rom, o ardiloso vilão da trama, Djimon Honsou como o chefe tribal Mbonga e a linda Margot Robie como a corajosa Jane.


  Na trama, John Clayton retorna ao Congo para servir como emissário do parlamento britânico atendendo a um pedido do Rei Leopoldo da Bélgica. O ex-soldado norte-americano Goeroge W. Williams pede a ajuda de Tarzan para provar que o monarca escraviza os nativos do Congo, mas o que ambos não imaginam é que a tal visita é uma armadilha comandada pelo cruel Leom Rom (Waltz), que pretende entregar Tarzan a uma tribo inimiga em troca de diamantes.


  David Yates demonstra certa habilidade para compor cenas de ação e embora sejam bem rápidas não chegam a soar confusas, bem como é notável o talento do cineasta para contar estórias que mesclam realismo e fantasia de modo crível  -  e o realismo em questão nota-se claramente na força do personagem ao enfrentar vários adversários num vagão de trem ou sua fragilidade diante da força de um gorila, o qual obviamente não pode ser derrotado, por mais forte que Tarzan seja.


  Contando com grandes cenários e perfeita reconstituição de época a produção no entanto peca pelo excesso de paisagens digitais, algo que compromete seriamente a fotografia por mais belas que sejam tais imagens, já que normalmente o que se espera de um filme do Tarzan são imagens reais que exibam todo o esplendor de florestas e lugares reais ao invés de selvas montadas em CGI. Por outro lado, os animais digitais nunca chegam a soar artificiais e impressionam pela naturalidade de seus olhares e movimentos, tanto quanto é impressionante a interação de Tarzan com todos eles.
  O longa não chegou a surpreender em sua estréia e não tem atraído muito público ao cinemas já que o personagem não parece ser muito atraente para o público dos dias atuais, (mal) acostumados com filmes de super-heróis e coisas do tipo. De qualquer modo, o Rei das selvas está de volta e seu legado merece ser respeitado e redescoberto pelas novas gerações. (R.A.)

TRAILER




A lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, 2016)


Direção: David Yates

Roteiro: Adam Cozad e Craig Brewer

Elenco: Alexander Skarsgard, Samuel L. Jackson, Margot Robbie, Djimon Honsou, Cristopher Waltz.


 


  

  

sexta-feira, 29 de julho de 2016

super dica

Oito Odiados já pode ser conferido 

em dvd ou blu-ray


  O western de grande sucesso no cinema dirigido por Quentin Tarantino já se encontra disponível nos formatos digitais. Estrelado por grande elenco com nomes de peso como Kurt Russell, Samuel J. Jackson, Jennifer Jason Leigh e Tim Roth, o filme conta também com bela trilha sonora composta por Ennio Morricone, o lendário músico italiano que compôs várias trilhas para filmes spaghetti western e merecidamente ganhou o oscar de melhor trilha sonora este ano para Os 8 Odiados
  A trama de suspense é ambientada 12 anos após o término da Guerra Civil norte-americana e durante uma forte nevasca oito distintos viajantes abrigam-se em uma cabana que na verdade é uma estalagem para viajantes situada em um local bastante isolado. A permanência na cabana obviamente obriga os viajantes a conviverem, ainda que seja por um curto período de tempo ou neste caso por tempo indeterminado devido a terrível nevasca que os cerca e... como se espera num filme de Tarantino, os 8 viajantes con (vivem) até que suas naturezas entrem em choque. Além do oscar de melhor trilha sonora, a obra também ganhou um Globo de ouro. 




quinta-feira, 28 de julho de 2016

mega dica

Batman Vs Superman chega aos 

formatos digitais


  Um dos grandes sucessos do ano no cinema já se encontra disponível em blu-ray e dvd: Batman Vs Superman: A origem da justiça, dirigido por Zack Snyder e estrelado por Ben Afleck e Henry Cavill finalmente já pode ser visto ou revisto pelos fãs de filmes super-heróicos. O longa metragem roteirizado por David Goyer e Chris Terrio gerou grande repercussão pelo tão esperado confronto dos heróis, mas também causou muita divisão de opiniões por apresentar idéias um tanto controversas para justificar o combate entre Batman e Super-Homem, além da presença pouco justificável da Mulher Maravilha e da interpretação exagerada de Jesse Eisenberg como um jovem Lex Luthor. Entretanto o filme tem ótimos momentos e diversão garantida e também uma versão extendida com trinta minutos a mais. Vale a pena arriscar. 



quinta-feira, 14 de julho de 2016

relatório: westerns

DE TIRAR O CHAPÉU...

Hora de lembrar de alguns faroestes clássicos que marcaram para sempre a história do cinema


  Quando se fala em faroestes ou westerns logo vem à memória de todo bom cinéfilo e amante deste gênero a imagem de Monument Valley, no estado norte-americano de Arizona, como na fotografia àcima além de outras belas paisagens extensas chamadas de pradarias, campos por onde muitos personagens cavalgaram ao entardecer após terem vivido incríveis aventuras. E tais estórias ficaram eternamente retratadas em filmes que praticamente nasceram clássicos a ponto de definir o gênero em questão e também desenhar de forma considerável a história do cinema. 
  Aproximadamente desde a década de 50 até finais dos anos 70, o faroeste encantou gerações e lançou astros que se tornaram mitos do cinema tanto quanto diretores, logo chamados de mestres por retratarem sua paixão pela época colonial norte-americana em filmes que beiram a perfeição dada a estética apurada do olhar desses cineastas que elevaram este gênero ao nível de arte e contribuíram para os moldes do cinema em todos os tempos.
  Inúmeros diretores como John Ford e Sergio Leone só para citar como exemplos dentre tantos cineastas, enriqueceram as telas do cinema mundial com obras fílmicas que hoje são clássicos obrigatórios para todo cinéfilo que se preze.


RASTROS DE ÓDIO

John Wayne chegou a dizer em entrevistas que Ethan Edwards
era seu personagem preferido dentre todos que interpretou
  Rodado em 1956, portanto 60 anos atrás, o filme Rastros de Ódio (The Searchers) dirigido pelo mestre John Ford e estrelado por John Wayne foi um grande sucesso embora obviamente tornou-se alvo de muitas críticas no mundo todo dado aos polêmicos argumentos de roteiro como por exemplo a célebre frase racista proferida pelo protagonista Ethan Edwards, o qual dizia que "índio bom é índio morto".
  Ethan, o veterano da Guerra Civil Americana interpretado por Wayne, expressa sem nenhum pudor seu ódio pelos índios e este mesmo sentimento parece ser sua principal motivação ao partir numa missão para resgatar suas duas sobrinhas cujos pais foram mortos por índios que as sequestraram para fins obscuros. Ethan aceita a ajuda de Martin (Jeffrey Hunter), um rapaz mestiço que o ajudará a rastrear os comanches que mataram o irmão e a cunhada de Ethan e raptaram as meninas.


O Bom, O Mau e o Feio

  Em 1966 estreava na Itália, Europa e Estados Unidos O Bom, O mau e o Feio (Il buono, il bruto, il cativo) considerado por muitos como a obra prima de Sergio Leone e que finaliza a chamada Trilogia dos dólares  iniciada em Por Um Punhado de Dólares (1964) e Por Uns Dólares a Mais (1965). O filme tornou Clint Eastwood astro do gênero além de trazer os talentos de Lee Van Cleef e Eli Wallach, atores que também tornaram-se míticos no cinema mundial.
  Com o nome alternativo Três Homens em Conflito, o filme de Leone ambienta-se em plena época da Guerra Civil Americana e como se pode notar essa guerra foi um tema recorrente em inúmeros filmes. Os três homens em questão em meio ao calor da guerra e várias reviravoltas fazem todo o possível, cada um a seu próprio modo para colocar as mãos em uma suposta fortuna de 200 mil dólares, algo que na época era mais do que suficiente para viver sem ter que trabalhar.
  Além de um retrato realista da violência que marcou o citado período, a obra de Leone tem seu foco principal em temas como traição e vingança, bem expressos na ambiguidade de seus personagens que não se mostram heróicos, algo que definiu o spaguetti western, gênero italiano.


DJANGO

  Também em 1966 surgia diretamente dos estúdios de cinema da Itália o mais icônico personagem de spaguetti western: Django, estrelado pelo jovem Franco Nero e dirigido por Sergio Corbucci que não por acaso teve exatamente a mesma idéia de Leone em Por Um Punhado Dólares: contar a história de um misterioso pistoleiro que pretende jogar duas quadrilhas num conflito a fim de se safar com carregamento de ouro. 
  E tal idéia é inspirada (ou plagiada) de Yojimbo (1961), obra de Kurosawa que se passa na época dos samurais. Django foi notavelmente produzido com pouquíssimos recursos e conquistou legiões de fãs em todo o mundo tornando-se um ícone de cultura pop. Afinal, como não gostar de um pistoleiro que se veste de negro, usa uma capa, e ao invés de cavalgar anda a pé arrastando um estranho caixão? Mais misterioso e original que isso impossível. Portanto, obrigatoriamente um dos melhores faroestes de todos os tempos.


KEOMA
  Em 1976 o astro Franco Nero estrelava outro sucesso do spaguetti western: Keoma, dirigido por Enzo Castellari e apresentando um elenco maior e produção mais refinada do que Django. Curiosamente o roteiro de Keoma é tem certas semelhanças com Django já que em sua premissa básica o herói salva uma mulher indefesa presa por malfeitores e passa a protegê-la desde então.
   Ao retornar para sua cidade natal, o mestiço meio índio meio branco chamado Keoma tem de enfrentar a tirania de um homem chamado capitão Caldwell e seu bando de pistoleiros que atemorizam a população local que além disso sofre com o perigo de uma peste infecciosa que paira sob a cidade. A produção conta com ótima trilha sonora e a direção hipnotizante de Castellari que neste filme compõe belas cenas de ação em câmera lenta impactantes e ao mesmo tempo dramáticas nesta modesta obra-prima do spaguetti western.


  O ÚLTIMO PISTOLEIRO


The Shootist é baseado no livro de Glendon Swarthout, escrito em 1975.
Curiosamente Wayne morreu em 1979, ou seja, cerca de 3 anos após o filme
  Também no mesmo ano de 1976 estreava nos Estados Unidos o filme que encerrava a carreira do maior mito de Hollywood, O Último Pistoleiro (The Shootist) trazia a última performance de John Wayne nas telas do cinema. O envelhecido ator interpreta neste filme um velho e cansado pistoleiro chamado J. B. Books, uma verdadeira lenda viva do oeste conhecido em todos os cantos por sua façanhas e por ter sobrevivido a inúmeros duelos e diversas batalhas ao longo de sua vida. Obviamente o personagem fazia um paralelo com a carreira do próprio ator, pois assim como pistoleiro do filme, Wayne portava câncer e assim como o ator fazia sua última atuação, o velho pistoleiro também preparava-se ao longo da trama para um último duelo que seria algo épico e digno de seu legado.
  Dirigido por Don Siegel, The Shootist infelizmente não foi um grande sucesso de bilheteria já que o gênero faroeste caminhava cada vez mais para um fim próximo e John Wayne já não surpreendia mais o público embora fosse uma lenda ainda viva do cinema com um extenso legado de mais de 200 filmes sendo 69 faroestes. Contudo, ao longo do tempo o filme tornou-se um renomado cult honrando dignamente a memória do maior mito do western de todos os tempos. (R.A.)





domingo, 3 de julho de 2016

dossiê: super-poderes II

FILMES SUPER-HERÓICOS: parte 2

Marvel segue novos rumos no cinema e na TV


  Após iniciar sua trajetória na TV com produções regulares em meio a erros e acertos, a Marvel Comics ganhou melhor definição no cinema por volta do final dos anos 90 e início dos anos 2000 quando então os personagens da lendária editora foram aos poucos sendo adaptados em produções de primeira linha dos grandes estúdios de Hollywood.
  Em 1998 estreava nas telas do cinema, Blade: o caçador de vampiros, estrelado por Wesley Snipes esta foi a primeira produção de um personagem da Marvel bancada por um grande estúdio, neste caso Warner Bros. O herói completamente desconhecido do grande público e até mesmo desconhecido por muitos leitores de quadrinhos foi o personagem escolhido para estrear nas telas em grande estilo sob a direção de Stephen Norrington e roteiro escrito por David Goyer, o roteirista apaixonado por quadrinhos que vários anos mais tarde escreveu Batman Begins (2005) bem como a trilogia O cavaleiro das trevas.
  Blade surpreendeu o público e também a crítica, já que na época o cinema estava um tanto carente de filmes de super-heróis. Afinal as últimas produções adaptadas de quadrinhos foram Batman Eternamente e Batman & Robin não muito bem aceitos e como todos sabem o último foi um grande fiasco dos anos 90 chegando a ser considerado um dos piores filmes de todos os tempos. 


 O grato sucesso de Blade rendeu duas sequências, a segunda, de 2002, infinitamente superior ao primeiro filme, foi comandada por Guilhermo Del Toro, o carismático diretor mexicano apaixonado por fantasia e fã confesso de quadrinhos que alguns anos mais tarde dirigiu  os dois filmes do Hellboy.

  O terceiro filme intitulado Blade Trinity (2004) foi escrito e dirigido por David Goyer, mas teve sérios problemas no decorrer das filmagens como brigas entre ele e Snipes o que ocasionou mudança de argumento no roteiro e comprometeu o resultado final de um franquia que poderia ir um pouco mais longe.  Houve também uma tentativa de refazer o herói numa série de Tv de baixíssimo orçamento que durou apenas 13 episódios e foi cancelada. 

Anos 2000...

    A partir do ano 2000, a Marvel começava a escrever sua história de modo convicto nas telas do cinema para que realmente seus heróis passassem a habitar o imaginário popular da maneira mais crível possível, com seus diversos personagens ganhando vida em produções de primeira linha na interpretação de talentosos atores, vários dos quais vieram a se tornar astros destes novos tempos.
  Em meados do ano 2000, estreava nos cinemas de todo o mundo a adaptação de X-men, produzida pela Fox Films o filme que praticamente anunciava a era Marvel nos cinemas, já que o sucesso de Blade (1997) pode-se dizer que foi uma adaptação experimental mais bem aceita até o final do século XX. Feito isso era chegada a hora de personagens mais conhecidos serem transpostos das páginas dos quadrinhos para as telas gigantes do mundo do cinema. 
Hugh Jackman, Halle Berry, Famke Jansen, James Marsden, os veteranos
Patrick Stwart e Ian McKellen e os demais astros e estrelas da franquia mutante
   O sucesso estrondoso de X-men teve duas sequências como era de se esperar tornando-se então a primeira trilogia realmente bem sucedida do cinema com filmes de grande sucesso, embora a saga dos mutantes a princípio encerrada no terceiro filme gerou várias controvérsias entre a os fãs das histórias em quadrinhos, já que em geral as adaptações ganham muita liberdade criativa nos cinemas e às vezes distanciam-se demais do que foi concebido originalmente nas HQ´s. O primeiro e o segundo (2003) filmes comandados por Brian Singer foram muitíssimos bem aceitos pelo fãs em geral - no entanto, o terceiro capítulo intitulado X-men: o confronto final (2006), dirigido por Brett Ratner foi o alvo de polêmicas para os fãs.

  Foi também  no início da então nova década, mais precisamente em 2002 que um certo herói aracnídeo lançava suas teias nas telas do cinema em grande estilo. Homem-Aranha surpreendeu público e crítica sob a direção de Sam Raimi, cineasta que se consagrou na década de 80 com sua trilogia  autoral de horror The Evil Dead. O filme do aracnídeo realizou a incrível façanha de quebrar recordes de dois super-heróis da editora concorrente, DC Comics. Afinal como todos sabem Super-Man (1978) foi o filme de super-herói de maior bilheteria da história até a estréia de Batman (1989) de Tim Burton que quebrou o recorde do homem de aço. O enorme sucesso do aracnídeo resultou numa trilogia, porém assim como ocorreu com X-men, o terceiro filme também foi considerado de gosto duvidoso. 

Novas adaptações / Novos tempos


  Com o estrondoso sucesso das franquias de X-men e Homem-Aranha, vários outros personagens foram aos poucos sendo adaptados e apresentados ao grande público, e em 2004 um certo gigante esverdeado ganhava as telas do cinema sob a direção de Ang Lee, famoso cineasta chinês recém chegado em Hollywood, Lee retratou o Hulk traçando um paralelo entre os quadrinhos e a série de TV. 
  Contudo, o resultado do trabalho de Lee dividiu opiniões já que parte do público conhecia apenas a atuação de Lou Ferrigno e estranharam ver uma criatura enorme e totalmente digital, pois isso agradou apenas os fãs das HQ´s que sabem que efeitos em CGI são altamente necessários para reproduzir o personagem tal qual ele é nos quadrinhos. Em 2008, quando a Marvel fundou seu próprio estúdio houve um reboot estrelado por Edward Norton e Liv Tyler.




  Outros personagens menos conhecidos também tiveram suas adaptações com pouca aceitação pelo público como por exemplo O Justiceiro (2004) interpretado por Thomas Jane e Justiceiro: Em Zona de Guerra (2008) com Ray Stevenson, ambos fracassos de bilheteria assim como a versão de 1989 estrelada por Dolph Lundgren. Demolidor (2003) seguido de Elektra (2005) também foram grandes fracassos de público. Motoqueiro Fantasma também deu as caras no cinema com dois filmes de razoável sucesso em 2008 e outro em 2011.

Em 2009 Wolverine teve seu primeiro filme solo, o medíocre
X-men Origens: Wolverine; e em 2013 o ótimo Wolverine Imortal,
bem mais fiel à essência do personagem

 Após tantas adaptações que caracterizaram um verdadeiro desfile de histórias em quadrinhos nas telas de cinema, entretanto, o melhor ainda estava por vir, após a Marvel ser adquirida pela Disney no ano de 2009. Em 2012 estreou mundialmente Os Vingadores, dirigido por Joss Whedon após uma longa espera precedida de filmes solo de cada um dos heróis que compõem a equipe mais poderosa do universo das HQ´s. Uma justa vitória para a ansiedade dos fãs e a maior realização da Marvel nos cinemas até então já que um filme desta super equipe é algo bem mais ousado do que foi a franquia X-men. E a grande vitória dos super-heróis foi muito bem expressa em números: nada menos que cerca de 1,5 bilhão em bilheteria em todo o mundo.

A Marvel foi comprada pela Disney em 2009 por 4 bilhões de
 dólares, e assim os filmes dos principais heróis passaram
a ser lançados sob o selo Marvel / Disney

   Após Vingadores vieram as sequências solo: Capitão América: Soldado Invernal, Thor: Mundo Sombrio e Homem de Ferro 3. Em 2015 teve a estréia de Vingadores: Era de Ultron que mais uma vez reuniu a super equipe e ainda trouxe novos personagens desconhecidos do público: Mercúrio, Feiticeira Escarlate e o andróide Visão. Em abril de 2016  como todos sabem estreou Capitão América: Guerra Civil, para muitos o melhor filme da Marvel até o momento inclusive apresentando pela primeira vez o Homem-Aranha nos estúdios Marvel / Dinsey.

Homem-Formiga, personagem que também não era conhecido
 do grande público teve sua estréia em 2015 com muito sucesso

 Personagens que estrearam no inícios dos anos 2000 tiveram reformulações como por exemplo Homem Aranha que ganhou um reboot desnecessário em 2012 com o ótimo ator Andrew Garfield e uma sequência em 2014 sub-intitulada A ameaça de Elektro, dois filmes que acrescentaram quase nada ao perfil do herói aracnídeo nos cinemas a não ser efeitos visuais um pouco melhores que os da trilogia original.

A Marvel / Disney também pretende fazer adaptações que não sejam
apenas de super-heróis, e a primeira aposta num universo um pouco
diferente foi Guardões da Galaxia, o maior sucesso de 2014



  Além do Aranha a franquia da equipe mutante também teve seu reboot só que bem melhor, trazendo a origem da equipe e do professor Xavier em X-men: Primeira Classe (2011), seguido de Dias de um Futuro Esquecido (2014) e recentemente finalizada com X-men: Apocalypse, agora em 2016. Este ano, também dos estúdios Fox teve a surpreendente estréia de Deadpool, o anti-herói falastrão interpretado por Ryan Reinolds.


Novos tempos na Tv

  Como era de se esperar, a televisão também não ficaria de fora desta nova era de produções baseadas em histórias em quadrinhos, patamar que a Marvel alcançou ao longo de 19 anos de grandes filmes nas telas do cinema. Faltava ainda a lendária editora conquistar também seu espaço na TV com produções fílmicas de melhor qualidade em relação ao passado quando ainda não havia efeitos visuais mais convincentes e os telefilmes eram apenas produções de baixo orçamento.

  O estrondoso sucesso de Vingadores não deixou dúvidas para que surgisse uma série derivada para o formato televisivo e assim a agência de espionagem S.H.I.E.L.D tão presente nas diversas HQ´s da editora ganhou seu primeiro seriado de Tv em grande estilo e com produção de qualidade não apenas em efeitos visuais, mas também com um elenco de bons atores para interpretar os vários agentes da sofisticada organização, além da presença do agente Coulson, que apareceu no primeiro Vingadores e também em alguns filmes solo dos heróis.

  A editora firmou uma interessante parceria com a Netflix para adaptar Demolidor em uma série de Tv já que as estimativas do personagem não pareciam ser das melhores para o cinema, não apenas pelo péssimo filme de 2003 estrelado por Ben Afleck, mas também pelo risco de que certos heróis pouco conhecidos não emplacam em produções de cinema assim como o Justiceiro ou o Motoqueiro Fantasma.
  Porém, o herói cego parece encontrou seu caminho definitivo na Tv, já que o seriado é um sucesso e já está sua segunda temporada e o Justiceiro também terá seu próprio seriado já anunciado há algum tempo e não é a toa que o personagem é coadjuvante na segunda temporada de Demolidor.

  Uma personagem feminina bem pouco conhecida também já se encontra na plataforma da Netflix com 13 episódios de sua primeira temporada: Jéssica Jones, uma detetive com poderes psíquicos derivada da série de quadrinhos intitulada Alias. Interpretada pela atriz Kristen Ritter, a carismática personagem já conquistou o público com estórias sombrias e violentas, e pelo jeito terá vida longa no formato televisivo. Enfim... não há melhor meio de concluir este dossiê do que numa afirmação por mais que pareça clichê: o cinema e a Tv não serão mais os mesmo depois da Era Marvel ;)  (R.A)